segunda-feira, 2 de julho de 2012

The End



Ser apenas mais um número, uma outra matéria inútil no espaço. Que importância ela teria, afinal? Tudo que passava pelos seus olhos parecia uma sucessão de borrões, extremamente nublados. Porque tudo que os seus sentidos testemunhavam não poderia ser real.
Ah, sentir.
Como aprendera a odiar esta palavra.
Porque, para ela, era preferível não sentir nada. Era mais simples. Seus sentimentos só serviam para atrapalhar o teatro que obrigava-se a manter todos os dias. Sendo assim, ela precisava esconder cada fagulha de sentimento que possuía. Cada fagulha de vida.
Vivia uma quase-vida, percebeu mais tarde – provavelmente tarde demais. Morta já estava a muito tempo, por dentro.
- Quanto mais você se importa, mais tem a perder. – Repetia para si mesma sempre que podia.
E “vivia” cada vez mais imersa em seu próprio mundo, sendo engolida pela sociedade que nunca percebeu diferença alguma naquela menina – que nunca se importou.
Ela estava em todo lugar. Seus sonhos estavam mais escuros e distantes, parecia impossível alcança-los. Mas não se importava. Perdeu a fé, foi deixada para trás.
Ela estava em todo lugar.
Mas de repente, não estava em lugar nenhum.
E ninguém notou.
O quão terrível é amar alguém que a morte pode tocar?

3 comentários:

  1. Olá Ninha! Tudo bem?
    E “vivia” cada vez mais imersa em seu próprio mundo, sendo engolida pela sociedade que nunca percebeu diferença alguma naquela menina – que nunca se importou.
    Já me senti exatamente assim! Porém, no fim resultou numa época benéfica. Geralmente a introspecção leva ao autoconhecimento. Calar o mundo exterior e cuidar mais interior pode nos render bons frutos. Mesmo que a principio ninguém se importe. Ninguém perceba. Quando o interior está pronto, o exterior percebe o brilho! Talvez nem sempre, mas quem realmente se importa percebe.

    Beijos, Ju.
    fez-se-flor.blogspot.com

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  2. ''Porque, para ela, era preferível não sentir nada. Era mais simples. Seus sentimentos só serviam para atrapalhar o teatro que obrigava-se a manter todos os dias. Sendo assim, ela precisava esconder cada fagulha de sentimento que possuía. Cada fagulha de vida. ''
    Por muito tempo consegui a mesma coisa que a personagem conseguiu fazer, não sentir nada. Não sei se continuo conseguindo... Mas queria. Sentir dói.
    Um beijo, @pequenatiss.

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  3. Estou te indicando um selo! *--*
    http://chegueiparaajudar.blogspot.com.br/2013/06/primeiro-selinho.html

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